terça-feira, 23 de junho de 2009

Ralis, custos e apoios!


Faço Ralis à onze anos, estreei-me com um Seat Marbella comprado a meias com o meu navegador por 250 contos, arranjámos uns patrocínios, tivemos a ajuda do meu Pai dos meus irmãos e do pessoal da oficina entre outros Amigos, e lá começou a aventura pelo mundo dos Ralis. Tivemos que tirar licenças, comprar fatos, capacetes, botas, etc... fizemos os autocolantes para publicitar os patrocinadores à mão, recortados à tesoura e lá fomos participar. Desde essa altura que os patrocínios nem sequer cobrem metade do orçamento, tendo vindo a piorar de ano para ano, até chegar ao ponto em que parar de correr é provavelmente uma questão que se impõe.
Devido aos muitos custos e poucos apoios, cada vez é mais difícil continuar, e penso que algo tem que ser feito pelos Ralis, este desporto, nos Açores em particular, não pode sobreviver à custa de uma Fábrica de Tabaco e de um Piloto que é Campeão entes mesmo de entrar no carro e começar o Campeonato, a nossa Região e os Açorianos, adeptos ferrenhos dos ralis, merecem mais e melhor espectáculo, sim porque os Ralis são um desporto e um espectáculo que merece ser apoiado e no qual se deve investir tanto como nos outros desportos e espectáculos, e não descriminar esta modalidade como se fossemos um bando de malucos que querem é acelerar ao volante. O dinheiro existe, porque senão, vejamos. Quem é que paga as deslocações aéreas para todas as equipas de futebol, basquetebol, andebol, voleibol, etc... que participam em campeonatos regionais e nacionais? Quem é que paga os relvados sintéticos que temos por aí? Quem é que paga as viaturas para transporte de atletas de clubes e associações que andam nas nossas estradas? Quem é que paga aos artistas, cantores, actores, etc... que vem dar espectáculos aos Açores? Não sei bem quem paga, mas sei que não são nem os clubes nem as associações que tem receitas próprias para pagar tudo isto, mas o que é certo é que o dinheiro aparece, e muito bem porque eu não sou contra nada disto, antes pelo contrário, só acho é que os Ralis e nomeadamente os Pilotos de Rali e equipas também merecem e precisam de ser apoiados tal como todos os outros, até porque se forem bem vistas as coisas, não sei se os Ralis não serão dos eventos que atraem mais adeptos nos Açores.
Sou da opinião de ser fazer toda a pressão possível, de uma forma positiva, para atrair a atenção dos responsáveis pelo desporto na região e garantir que se faça mais pelos Ralis, para que não esteja completamente dependente da iniciativa privada a continuidade e a melhoria do espectáculo que são os Ralis. Para que isso aconteça, é preciso a união de esforços por parte de Pilotos, Clubes, Adeptos e em especial da comunicação social, esta que tem o poder de fazer chegar mais longe as dificuldades de quem faz Ralis e de quem mantém esta modalidade de pé. Como atrás disse, e repito, não pode ser uma única entidade privada, neste caso uma Fábrica de Tabaco da Região, a manter e a sustentar a qualidade e continuidade de uma modalidade que é das mais apreciados pelo povo Açoriano e que é também a que provavelmente melhor projecta os Açores lá fora. Os pilotos de Rali não cobram cashet, portanto tem que ser responsabilidade, também do nosso governo proporcionar este espectáculo ao seu povo. Bem sei que os Clubes organizadores recebem algum apoio, também sei que o Campeão Regional recebe apoio para ir participar no campeonato nacional com as cores dos Açores, e acho que é muito bom que assim seja, mas infelizmente sem os outros pilotos, que são algumas dezenas, não se fazem Ralis nem campeonatos, e se formos a contar apenas com os patrocínios de privados, também como já disse, eles não cobrem metade do orçamento e se não houver outro apoio, vamos ter cada vez menos qualidade e consequentemente menos publico e uma morte lenta mas certa para os Ralis nos Açores.
Abraço
Nuno Rocha

domingo, 21 de junho de 2009

Sanjoaninas à chuva!


A festa é do Sol, mas a chuva também quis vir. E foi com chuva que disputámos mais uma prova da Taça Ilha Terceira de Ralis, não era muita, mas a suficiente para deixar o asfalto liso da zona industrial de Angra ainda mais deslizante. À partida eu tinha a duvida se o traçado seria mais propicio aos Saxos Gr A ou aos 4x4 mais evoluídos, como o Subaru do Tiago e o Mitsubishi do Hermano, e agora a ideia com que fiquei foi que a potência e tracção à saída das curvas e ganchos destes 4x4 foram uma mais valia, principalmente devido à chuva que caiu no troço, mas mesmo sem ela acho que os resultados finais não iriam ser diferentes. O Tiago Azevedo consegui tirar o melhor partido de um carro que praticamente só conhecia do banco do lado direito, e fez valer a grande competitividade do Subaru para obter o primeiro lugar e animar a luta da Taça. O Fernando Meneses mostrou um grande ritmo e fez a diferença em relação aos seus adversários mais directos nos Saxos, esteve mais uma vez em grande nível. O Hermano Couto foi um justíssimo 3º classificado, tendo feito tempos muito bons e mostrando cada vez mais à vontade com o Mitsubishi, esperemos que faça mais provas da Taça e será com certeza mais um ponto de interesse para a competição. Muito haveria a dizer sobre muitos outros concorrentes, houve surpresas, confirmações, desilusões, etc... mas os Ralis são isso mesmo.
Agora falando de mim, não estive nos meus dias. Na primeira pec, 4 ou 5 minutos antes de eu partir começou a chover, eu estava a experimentar pela primeira vez uns novos pneus Fedima nas rodas da frente que se mostraram completamente ineficazes no asfalto molhado e faziam o carro escorregar muito de frente, depois cheguei aos bilros para fazer o pião e o travão de mão não quis colaborar e cheguei mesmo a ter que fazer recuo num deles, conclusão, perdi logo muito tempo. Na segunda pec as coisas já correram um pouco melhor, sem chuva os pneus foram bem melhores e consegui um tempo mais perto da minha realidade, na terceira pec já tinha os habituais Michelin na frente e os novos Fedima na traseira, voltou a chover e desta vez o carro escorregava bastante de traseira, mas a traseira é bem mais fácil de controlar quando foge do que a frente, e consegui tirar 5 segundos à primeira pec no mesmo sentido, na ultima pec as coisas voltaram a correr mal, fizemos o troço todo muito bem, acho até que seria a minha melhor passagem, quando à entrada para a ultima curva,toquei com a perna na chave de ignição e desliguei o motor, o que me fez perder algum tempo e provar que há dias em as coisas simplesmente não correm bem e não há nada a fazer. De qualquer forma, não há milagres e não se fazem omeletes sem ovos, para se puder lutar pelos primeiros lugares em Ralis ou circuitos temos que ter condições e trabalhar para isso, e isto não é uma desculpa para o mau resultado, é assumir a culpa, porque eu não me sentava dentro do meu carro desde o Rali Sical, sentei-me no Sábado de Manhã para ir alinhar a direcção e na volta para casa fiquei sem mudanças, por acaso foi fácil resolver mas podia não ter sido e já não fazia a prova, já não andava em ritmo de competição também desde esse dia, e por isso só na ultima passagem é que me senti mais confiante, fiz o Rali Sical com quatro Pneus já bastante usados e os da frente no fim do Rali estavam nas lonas, agora levei os mesmos pneus a trás e pus dois Fedima novos na frente, porque eram uma solução muito mais barata do que uns BfGoodrich, muito menos de metade do preço, mas só os experimentei já em prova, o que não pode ser. A alavanca do travão de mão é muito curta o que faz com que tenha que fazer muita força para conseguir bloquear as rodas de trás e por vezes nem consigo, mas eu já sabia disso e não resolvi. Ou seja tudo isto tem a sua razão, que é a falta de apoios que me permitam estar ao nível dos meus adversários dos últimos anos, e consequentemente falta-me motivação para testar, para preparar o carro com mais antecedência e cuidado, e quando as coisas começam a ser assim há que parar e pensar se vale a pena continuar, mas isso deixo para o próximo texto que aqui vou escrever nos próximos dias.
Até lá, abraço.
Nuno Rocha

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Taça está de volta!

É já Sábado que voltamos às corridas da Taça Ilha Terceira de Ralis.
Se o tempo ajudar e o publico aparecer, ficam reunidas as condições para um grande espectáculo da autoria e responsabilidade do Olavo & Companhia. Candidatos à vitória são muitos e bons, a começar pelo líder Fernando Meneses e os seus adversários do costume, Marco Veredas e Artur Silva, com aqueles pequenos grandes Saxos a prometerem aquecer o asfalto de Angra do Heroísmo, mas ouvi dizer que vamos ter um Subaru de alto gabarito também a prometer grande luta e a querer chegar ao lugar mais alto do pódio, não ouvi foi o nome do piloto e também não quero entrar em especulações, por isso o melhor é esperar pelo dia. Em relação à minha participação, espero que seja melhor do que na última prova da Taça, em que fiquei preso numa vala cerca de vinte minutos e acabei quase em ultimo lugar, mas o que é certo é que enquanto andei, diverti-me muito e andei o mais depressa que pude. Nesta prova, e com muita pena minha, acho que não vou conseguir intrometer-me na luta pelos primeiros lugares, para já devido à inferioridade técnica do meu carro, e também por falta de apoios que permitam ter melhores condições a vários níveis, mas vou tentar chatear o mais possível e se alguém se distrair, espero estar lá para aproveitar, é assim, quem não tem cão, caça com o gato. A minha luta será provavelmente num segundo grupo em que estarão à partida também, Rui Rocha, César Silva, Migues Soares, entre outros e espero que hajam lutas ao rubro para animar o primeiro Sábado de Sanjoaninas 2009. Outras lutas e surpresas vão com certeza acontecer, e tenho a certeza de que quem lá for ver vai dar o seu tempo por bem empregue, pois a raça dos Pilotos Terceirenses é garantia de grande espectáculo e emoção.
Para todos os concorrentes e organização, muita sorte e para o público, apareçam porque vai valer a pena.
Abraço.
Nuno Rocha